“Levantamos a bandeira da imediata retirada da Minustah”
Em 5 de novembro delegações de vários Estados e países do continente para reforçar essa exigência
“São mais de sete anos de ocupação, com o Brasil liderando tropas, sobre as quais pesam acusações de violação, repressão ao movimento dos trabalhadores e assassinato de lideranças haitianas. A presidente Dilma deve tomar a iniciativa, trazendo de volta o contingente brasileiro. O que o Haiti necessita é de médicos, enfermeiros, engenheiros, ajuda técnica para sua reconstrução, não soldados para reprimir as legítimas manifestações de seu povo. Levantamos a bandeira da retirada imediata da Minustah” (trecho da convocatória do Ato de 5 de novembro).
Na Câmara dos Vereadores de São Paulo, a partir das 15 horas, delegações de pelo menos dez Estados brasileiros e de cerca de seis países irão se encontrar no Ato Continental pela Retirada imediata das tropas do Haiti.
As delegações do Brasil
Do Rio Grande do Sul ao Ceará delegações auto-financiadas estarão presentes ao ato
Com debates, exibição de vídeos e atividades de coletas de fundos, numa ampla campanha que reúne sindicalistas, militantes do movimento popular, parlamentares e jovens, são preparadas as delegações em vários Estados.
Em Brasília, onde se organiza um ônibus para vir ao ato, a deputada do deputada Federal Erika Kokay (PT-DF), participou de uma reunião do diálogo Petista (ver pag.5) onde assumiu seu compromisso com a campanha pela retirada das tropas. No próximo dia 1º de novembro ela participa de um debate na UnB (Universidade de Brasília), numa atividade que faz parte da preparação da delegação de Brasília que deve ser composta por muitos jovens.
De Recife (PE), Marta Almeida, Coordenadora do MNU (Movimento Negro Unificado), que vai integrar a delegação pernambucana, declara que vem ao ato na luta pela “garantia da soberania do Haiti”, lembrando que o ato, que ocorre no mesmo mês da consciência negra, é uma “salvaguarda da história da república negra do Haiti, a história de luta e libertação do povo negro da diáspora”.
Na cidade mineira de Juiz de Fora, onde também está sendo organizado um ônibus para trazer os participantes ao ato, um debate realizado pela Juventude Revolução reuniu cerca de 60 estudantes na Universidade Federal. Bernardo Ferraro, do Diretório Acadêmico de Geografia da UFJF, explica porque inscreveu seu nome na lista da delegação: “acredito que a retirada das tropas da ONU é o que melhor pode ser feito no momento para ajudar o povo do Haiti. Não deveriam ter intervindo política ou militarmente. E se é que houve um momento de ‘pacificação’, já passou. O que a população precisa no momento é de auxilio na infra- estrutura do país, de engenheiros, médicos, enfermeiros. Afinal foi o próprio imperialismo que causou a situação de desordem e miséria. E há hoje uma grande mobilização da população contra a ocupação.”
São esperadas ainda, além da capital, Grande São Paulo e do interior do Estado, delegações do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Ceará e Alagoas.
Matéria publicada na edição 701 do Jornal O Trabalho
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