8 de mar. de 2013

Mais um ano! Não podemos aceitar!

Abaixo publicamos matéria publicada no Jornal O Trabalho - por Barbara Corrales


Comitê no Haiti assume a preparação da conferência pela retirada das tropas da ONU

O Comitê “Defender o Haiti é Defender a Nós Mesmos!” reuniu-se no do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (5/03) para preparar a delegação brasileira à Conferência Continental de 1o. Junho, no Haiti, pela Retirada das Tropas da Minustah. A reunião iniciou a organização da visita do Senador Moise Jean Charles (foto), que a convite do Comitê, estará no Brasil entre os dias 14 e 21 de abril.

O senador  Moise foi prefeito no norte do país até o golpe de estado de 29 de fevereiro de 2004. Com 400 outros prefeitos foi obrigado a abandonar seu cargo por sua identificação com Fanmi Lavallas, partido do presidente Aristide, deposto à força. Participou do governo Preval e hoje é um dos principais opositores do presidente Martelly. No senado aprovou uma resolução pela retirada das tropas da Minustah do Haiti.

Na sua visita ao Brasil participará de Audiência Publica na Assembleia Legislativa de São Paulo (15/4 as 19 h). O MNU, CUT, Jubileu Sul, Juventude Revolução, SOS Racismo, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Sindsep e Sinpro ABC e os gabinetes da Vereadora Juliana Cardoso (PT/SP) e do Deputado Adriano Diogo (PT/SP) sustentam o Comitê e estão em contato com entidades em Brasília, para organizar, com a presença do senador um Ato e eventos na Câmara e no Senado.

Para Cícero Almeida, do SOS Racismo, “é o inicio de uma mobilização nacional e depois da conferência temos de voltar ao Brasil e fazer uma campanha para sensibilizar a população e o governo da necessidade da retirada das tropas”.

Primeiras informações dão conta que a conferência começa também a ser preparada na Venezuela, EUA, Argentina e Guadalupe. 

Comitê haitiano
Em outubro de 2012, uma delegação internacional  esteve na ONU para exigir a retirada imediata das tropas, da qual fez parte o senador Moise. A ONU decidiu renovar o mandato da Minustah. Diante do fato, a delegação lançou o chamado à realização da Conferência em 1º de junho, afirmamndo que “depois de oito anos, mais um ano! É inaceitável. Não podemos aceitar”.

Respondendo positivamente à proposta foi consituído no Haiti um comitê. “Para o sucesso da Conferência Continental no Haiti nós, militantes e dirigentes nos constituimos como Comitê Patrocinador – em ligação com a ATPC - Associação dos Trabalhadores e dos Povos do Caribe – e com o Comitê de São Paulo,  que assumiram e tem apoiado, entre outras, as iniciativas pela retirada da Minustah. 

O comitê é formado por Raymon Dalvius, Presidente da Coordenação de Organizações de base e sindicatos (GLOBS); Delva coordenador da Organização pela libertação dos camponeses de Bas Gros-Morne (OPLB); Fignolé St-CYR secretário geral da Central Autônoma dos Trabalhadores Haitianos (CATH); Archelus Charles Auguste, Presidente da Confederação das Forças Operárias Haitianas (CFOH); Pierre Léonel, coordenador Giel, iniciativa do grupo de professores em escolas de ensino médio; Yves Pierre-Louis, Jornal Haïti-Liberté; Jean-Rony Emile, estudante; Natacha PIERRE, Coordenação do agrupamento por um Partido dos Trabalhadores no Haiti; Herve PAUL, sindicalista e membro da CTSP a titulo individual; Rosemond MICHEL Coordenador COCIAs, educador em Cap- Haitien; Andrea ST-ANGE, sindicalista e responsável de Mulheres da CATH; Ismael DENIS sindicalista e membro da SYNOTHAG na zona franca de Porto Príncipe; Yveline ANTOINE estudante (Cap- Haïtien); Jean-Robert JULME, presidente do Sindicato dos trabalhadores do serviço publico, membro da CTSP.

ONU: o direito de atuar impunemente em nome da imunidade


A ONU declarou inaceitável a exigência de indenização feita por 5 mil familiares de vítimas do cólera. A epidemia de cólera começou no Haiti em outubro de 2010 e já matou mais de 7.700  e infectou 620.000, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).  A entrada do cólera no país é atribuída ao Batalhão do Nepal da Minustah. Martin Nesirky, porta-voz da ONU disse aos representantes das vitimas que "esta demanda não é aceitável, pois a seção 29 da Convenção estabelece os privilégios e imunidades das Nações Unidas". "Imunidade não quer dizer impunidade" respondeu Brian Concan, um dos advogados das vítimas, que prometem seguir se mobilizando. 


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