25 de mar. de 2013
Novo estudo liga cólera no Haiti à ONU
Manifestantes em Porto Príncipe mostram cartaz com os dizeres: "A cólera da ONU é um crime contra a humanidade" |
Matéria na Folha de São Paulo de 23 de março
Renato Machado
Colaboração para Folha De São Paulo de Porto Príncipe
Evidências científicas divulgadas recentemente reforçaram a hipótese de que a causa do surto de cólera que começou em 2010 e matou 8.000 haitianos teve origem nos soldados nepaleses da Minustah (Missão da Organização das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti). A missão é comandada militarmente pelo Brasil.
Os dados foram apontadas pelo mesmo grupo de especialistas que integrou um painel da ONU sobre o tema --embora o relatório final, na ocasião, não apontasse diretamente a culpa para os nepaleses e sim para uma "confluência de fatores".
"Quando nós estávamos no painel, a linhagem do cólera do Nepal não havia sido sequenciada, então podíamos dizer que ela parecia com outras linhagens asiáticas, mas não podíamos dizer que se parecia com a do Nepal", disse a pesquisadora norte-americana Daniele Lantagne, da universidade Tufts.
"Após o fim do painel, no entanto, nós recebemos a linhagem de cólera do Nepal e então soubemos que ela batia exatamente com a linhagem que foi encontrada no Haiti. É a mesma", conclui.
Apesar de não fazerem mais parte do painel, os quatro especialistas trabalham em pesquisas relacionadas ao cólera e por isso continuaram analisando relatórios sobre o caso do Haiti.
Foram três trabalhos em especial que despertaram a atenção do grupo, por conter informações novas para aumentar a discussão sobre o caso. Como a ONU não solicitou um novo relatório, eles decidiram divulgar as novas evidências.
Além do trabalho com os sequenciamentos dos micro-organismos, Lantagne afirma que outro relatório trouxe novas informações epidemiológicas sobre como o cólera "viajou" da parte alta para a mais baixa do país, ao longo do rio Artibonitte.
O assunto é politicamente explosivo no país. Ontem, haitianos protestaram contra a ONU em Porto Príncipe e acusaram a organização de ser a culpada pelo surto.
FALTA DE SANEAMENTO
A base dos soldados do Nepal ficava ao lado de um afluente na parte alta do Rio Artibonitte --o local apontado pelo novo relatório como provável início do surto. Reportagens mostraram que não havia o devido tratamento dos dejetos das bases nepalesas, jogados no córrego.
O surto de cólera explodiu no país em outubro de 2010. Além dos mortos, foram infectados cerca de 600 mil haitianos pela doença, que provoca diarreia, com risco de desidratação intensa.
As condições precárias de saneamento no Haiti e o difícil acesso da população à água tratada contribuíram para o efeito devastador da doença. Casos de cólera não eram registrados no país havia mais de um século.
A Folha apurou que a divulgação recente dessas evidências foi um dos principais motivos para a ONU, em um movimento raro, ter invocado no início do ano imunidade para não indenizar as vítimas da doença. A Minustah foi procurada, mas informou que não comentaria as novas evidências e os aspectos legais que as envolvem.
8 de mar. de 2013
Mais um ano! Não podemos aceitar!
Abaixo publicamos matéria publicada no Jornal O Trabalho - por Barbara Corrales
Comitê no Haiti assume a preparação da conferência pela retirada das tropas da ONU
O Comitê “Defender o Haiti é Defender a Nós Mesmos!” reuniu-se no do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (5/03) para preparar a delegação brasileira à Conferência Continental de 1o. Junho, no Haiti, pela Retirada das Tropas da Minustah. A reunião iniciou a organização da visita do Senador Moise Jean Charles (foto), que a convite do Comitê, estará no Brasil entre os dias 14 e 21 de abril.
O senador Moise foi prefeito no norte do país até o golpe de estado de 29 de fevereiro de 2004. Com 400 outros prefeitos foi obrigado a abandonar seu cargo por sua identificação com Fanmi Lavallas, partido do presidente Aristide, deposto à força. Participou do governo Preval e hoje é um dos principais opositores do presidente Martelly. No senado aprovou uma resolução pela retirada das tropas da Minustah do Haiti.
Na sua visita ao Brasil participará de Audiência Publica na Assembleia Legislativa de São Paulo (15/4 as 19 h). O MNU, CUT, Jubileu Sul, Juventude Revolução, SOS Racismo, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Sindsep e Sinpro ABC e os gabinetes da Vereadora Juliana Cardoso (PT/SP) e do Deputado Adriano Diogo (PT/SP) sustentam o Comitê e estão em contato com entidades em Brasília, para organizar, com a presença do senador um Ato e eventos na Câmara e no Senado.
Para Cícero Almeida, do SOS Racismo, “é o inicio de uma mobilização nacional e depois da conferência temos de voltar ao Brasil e fazer uma campanha para sensibilizar a população e o governo da necessidade da retirada das tropas”.
Primeiras informações dão conta que a conferência começa também a ser preparada na Venezuela, EUA, Argentina e Guadalupe.
Comitê haitiano
Em outubro de 2012, uma delegação internacional esteve na ONU para exigir a retirada imediata das tropas, da qual fez parte o senador Moise. A ONU decidiu renovar o mandato da Minustah. Diante do fato, a delegação lançou o chamado à realização da Conferência em 1º de junho, afirmamndo que “depois de oito anos, mais um ano! É inaceitável. Não podemos aceitar”.
Respondendo positivamente à proposta foi consituído no Haiti um comitê. “Para o sucesso da Conferência Continental no Haiti nós, militantes e dirigentes nos constituimos como Comitê Patrocinador – em ligação com a ATPC - Associação dos Trabalhadores e dos Povos do Caribe – e com o Comitê de São Paulo, que assumiram e tem apoiado, entre outras, as iniciativas pela retirada da Minustah.
O Comitê “Defender o Haiti é Defender a Nós Mesmos!” reuniu-se no do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (5/03) para preparar a delegação brasileira à Conferência Continental de 1o. Junho, no Haiti, pela Retirada das Tropas da Minustah. A reunião iniciou a organização da visita do Senador Moise Jean Charles (foto), que a convite do Comitê, estará no Brasil entre os dias 14 e 21 de abril.
O senador Moise foi prefeito no norte do país até o golpe de estado de 29 de fevereiro de 2004. Com 400 outros prefeitos foi obrigado a abandonar seu cargo por sua identificação com Fanmi Lavallas, partido do presidente Aristide, deposto à força. Participou do governo Preval e hoje é um dos principais opositores do presidente Martelly. No senado aprovou uma resolução pela retirada das tropas da Minustah do Haiti.
Na sua visita ao Brasil participará de Audiência Publica na Assembleia Legislativa de São Paulo (15/4 as 19 h). O MNU, CUT, Jubileu Sul, Juventude Revolução, SOS Racismo, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Sindsep e Sinpro ABC e os gabinetes da Vereadora Juliana Cardoso (PT/SP) e do Deputado Adriano Diogo (PT/SP) sustentam o Comitê e estão em contato com entidades em Brasília, para organizar, com a presença do senador um Ato e eventos na Câmara e no Senado.
Para Cícero Almeida, do SOS Racismo, “é o inicio de uma mobilização nacional e depois da conferência temos de voltar ao Brasil e fazer uma campanha para sensibilizar a população e o governo da necessidade da retirada das tropas”.
Primeiras informações dão conta que a conferência começa também a ser preparada na Venezuela, EUA, Argentina e Guadalupe.
Comitê haitiano
Em outubro de 2012, uma delegação internacional esteve na ONU para exigir a retirada imediata das tropas, da qual fez parte o senador Moise. A ONU decidiu renovar o mandato da Minustah. Diante do fato, a delegação lançou o chamado à realização da Conferência em 1º de junho, afirmamndo que “depois de oito anos, mais um ano! É inaceitável. Não podemos aceitar”.
Respondendo positivamente à proposta foi consituído no Haiti um comitê. “Para o sucesso da Conferência Continental no Haiti nós, militantes e dirigentes nos constituimos como Comitê Patrocinador – em ligação com a ATPC - Associação dos Trabalhadores e dos Povos do Caribe – e com o Comitê de São Paulo, que assumiram e tem apoiado, entre outras, as iniciativas pela retirada da Minustah.
O comitê é formado por Raymon Dalvius, Presidente da Coordenação de Organizações de base e sindicatos (GLOBS); Delva coordenador da Organização pela libertação dos camponeses de Bas Gros-Morne (OPLB); Fignolé St-CYR secretário geral da Central Autônoma dos Trabalhadores Haitianos (CATH); Archelus Charles Auguste, Presidente da Confederação das Forças Operárias Haitianas (CFOH); Pierre Léonel, coordenador Giel, iniciativa do grupo de professores em escolas de ensino médio; Yves Pierre-Louis, Jornal Haïti-Liberté; Jean-Rony Emile, estudante; Natacha PIERRE, Coordenação do agrupamento por um Partido dos Trabalhadores no Haiti; Herve PAUL, sindicalista e membro da CTSP a titulo individual; Rosemond MICHEL Coordenador COCIAs, educador em Cap- Haitien; Andrea ST-ANGE, sindicalista e responsável de Mulheres da CATH; Ismael DENIS sindicalista e membro da SYNOTHAG na zona franca de Porto Príncipe; Yveline ANTOINE estudante (Cap- Haïtien); Jean-Robert JULME, presidente do Sindicato dos trabalhadores do serviço publico, membro da CTSP.
ONU: o direito de atuar impunemente em nome da imunidade
ONU: o direito de atuar impunemente em nome da imunidade
A ONU declarou inaceitável a exigência de indenização feita por 5 mil familiares de vítimas do cólera. A epidemia de cólera começou no Haiti em outubro de 2010 e já matou mais de 7.700 e infectou 620.000, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A entrada do cólera no país é atribuída ao Batalhão do Nepal da Minustah. Martin Nesirky, porta-voz da ONU disse aos representantes das vitimas que "esta demanda não é aceitável, pois a seção 29 da Convenção estabelece os privilégios e imunidades das Nações Unidas". "Imunidade não quer dizer impunidade" respondeu Brian Concan, um dos advogados das vítimas, que prometem seguir se mobilizando.
2 de mar. de 2013
REUNIÃO DO COMITÊ “DEFENDER O HAITI É DEFENDER A NÓS MESMOS”
Data: Dia 5 de Março terça feira - 19 horas
Local: Sindicato dos Jornalistas de SPRua Rego Freitas,530 - Sobreloja - Vila Buarque/Centro.
Pauta: - Preparação da Conferência Internacional de 1o. de Junho no Haiti
- Visita do Senador haitiano ao Brasil, Moise Jean Charles
Há um Pré-Comitê já funcionando no Haiti para preparar a Conferencia de 1º. de Junho. Este Comitê, ademais do temário, esta preparando um orçamento e informações técnicas (local da Conferência, despesas com estadia, passagens, etc) que serão enviadas aos países;
O Senador Moise Jean Charles aceitou o convite feito pelo Comite da ALESP, com a ajuda dos companheiros do jornal Haiti Liberté, deputados e movimentos e estará no país na semana de 14 a 21 de abril para uma serie de atos e palestras em São Paulo e em Brasília. O senador fez aprovar no senado haitiano, que votou por maioria, a retirada das tropas da MINUSTAH do país. Suas atividades têm o intuito ainda de divulgar e preparar a delegação brasileira à Conferência de 1º. de Junho;
O Comite da ALESP se reunirá com a presença da CUT, Deputado Adriano Diogo (PT/SP), vereadora Juliana Cardoso (PT/SP), além do MNU, MST, Jubileu Sul, SOS Racismo e de sindicalistas ligados ao Sindicato dos Jornalistas, ao Sindsep, ao Sinpro ABC, entre outros e jovens, todos convidados para preparar estes eventos no próximo dia 5 de março terça feira as 19 horas (R. Rego Freitas, 530 - 1ª sobreloja).
Fomos comunicados da formação de um Comitê na Venezuela para preparar a ida de uma delegação ao Haiti por ocasião da Conferência; e da realização de uma Oficina na Argentina, com a participação do Jubileu Sul, militantes da CTA e de diversas outras organizações políticas. O Comitê brasileiro divulgara todas as iniciativas.
Contatos: comitedefenderhaiti@uol.co
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