21 de fev. de 2014

Visita do Senador do Haiti, Moise ao Brasil e Argentina

Senador Moise Jean Charles, recebido em dezembro de 2014 pela presidente Dilma, juntamente com o senador brasileiro Wellington Dias (PT
O senador haitiano Moise Jean-Charles, viajou em meados de dezembro ao Brasil (onde se encontrou com a Presidenta Dilma Rousseff) e à Argentina. Em ambos os países, o Senador Moise encontrou-se com dirigentes do governo, líderes políticos, sindicais e comunitários com o objetivo de promover a campanha pela retirada das tropas da ONU (Minustah) do Haiti.

APELO da Comissão Haitiana Coordenadora para a Retirada das tropas da ONU (MINUSTAH)

Porto Príncipe, Haiti - 30 de novembro de 2013

Caros camaradas, Caros amigos,

Baseado nas decisões da Conferência “Defender o Haiti é Defender a nós mesmos” realizada em 31de maio e 1º de junho de 2013, a comissão anfitriã foi transformada na Comissão Haitiana Coordenadora para a retirada das tropas da ONU (Minustah).

Dando continuidade à sua luta, uma delegação internacional foi recebida na sede da ONU em 10 de outubro de 2013, onde apresentou a demanda para a retirada das tropas da ONU (Minustah) do Haiti e a reparação para as vítimas da epidemia do cólera. A delegação apresentou na ONU a resolução unânime do Senado Haitiano conclamando a retirada das tropas da MINUSTAH até 28 de maio de 2014.

Em resposta à posição inaceitável da ONU de manter suas tropas no Haiti “até, pelo menos, 2015”, como declarou à delegação o Sr. William Gardner, diretor do Escritório de Assuntos Políticos, Divisão Europa & América Latina da ONU-DPKO, a delegação conclamou pelo fortalecimento da luta pela retirada das tropas de ocupação.

Desde então a situação no território haitiano tem piorado, bem como a crise política tem se aprofundado:


  • – Após a morte suspeita do juiz que investigava matéria relativa a Martelly, a situação ficou mais precária no Senado porque o governo Martelly não realizou as eleições para o Senado e muitos senadores tiveram seus mandatos terminados. Isso impediu a queda de três ministros de governo: a votação foi de 14 votos entre 17, mas era necessário 16 votos para validar a destituição;
  •  – Muitas manifestações – como as de 7, 18 e 29 de novembro chamavam pela imediata partida da MINUSTAH e também pela saída de Martelly;
  •  – Em 7 de novembro, o governo Uruguaio anunciou, na última hora, a viagem do Presidente Uruguaio José Mujica ao Brasil. Como se sabe, o Brasil é o principal encarregado das operações da ONU-MINUSTAH. O objetivo da viagem, em parte, era para discutir a situação no Haiti;

A viagem ocorreu após o Presidente José Mujica, em outubro em reunião de seus ministros, anunciar a volta das tropas uruguaias no Haiti, se nenhum esforço concreto de democratização for implementado no Haiti num prazo de 90 dias.“No Haiti, a convocação das eleições para o Senado está muito atrasada. Um antigo político exilado que viveu no exterior e é intimamente ligado ao passado ditatorial do Haiti, parece exercer ainda muita influência. Uma coisa é tentar ajudar o povo do Haiti a implementar uma política de segurança, outra coisa é permanecer indefinidamente no Haiti com um regime, que põe em dúvida, a meta de dar continuidade da renovação democrática", disse o presidente do Uruguai.

Alterpresse informou que no dia 15 de novembro, o Presidente do Uruguai Jose Mujica declarou: “Uruguai continua a manter sua decisão de sair (do Haiti) imediatamente, e vai repatriar suas tropas imediatamente, sem substituí-las." Este comentário foi feito depois de Mujica voltar do Brasil, onde se encontrou com a Presidenta Dilma Rousseff para discutir a situação do Haiti.

Esse assunto é urgente! Mais que nunca, de imediato, devemos amplificar a mobilização e responder positivamente o apelo lançado pela delegação que foi à ONU em 10 de outubro, que anexamos aqui juntamente com o dossiê apresentado à ONU.

Vamos exigir de todos os governos que participam da Minustah no Haiti que eles organizem a retirada de suas tropas imediatamente. Para isso, devemos contatar todos os Congressos Nacionais, através de delegações ou outras iniciativas, exortando-os a darem uma resposta positiva para o apelo à solidariedade internacional, em seus congressos, para a resolução do Senado haitiano.

A retirada de todas as tropas de ocupação é condição para o povo do Haiti para recuperar sua soberania e decidir democraticamente seu futuro.

Dez anos: basta! MINUSTAH (ONU) Fora do Haiti, Agora!

A Mobilização dos Trabalhadores no Haiti

Os trabalhadores das Zonas Econômicas Especiais (EPZs) do Haiti entraram em greve e reivindicam um aumento salarial de 500 gourdes [NT equivale no Brasil a cerca de R$ 30,00]

No mês de novembro de 2013, trabalhadores se mobilizaram através de seus sindicatos exigindo um salário mínimo de 500 gourdes. Em dezembro continuaram sua mobilização e denunciaram a CSS (Conselho Superior de Salários criada pelo governo Martelly) e também denunciaram o apoio dos líderes dos três sindicatos da CSS (Louis Fignole St-Cyr do CATH, Jean Fatal do CTSP e Jean Franck Noisimond do CSH) pelo "acordo" de SM de 225 gourdes [N.T.R$ 13,40].Os trabalhadores estão corretos em suas reivindicações quando continuam a lutar pelo SM de 500 gourdes e quando denunciam o “acordo” (de 225 gourdes). "Quem assinou não tinha mandato nem legitimidade” e “os líderes dos sindicatos que assinaram esse acordo viraram as costas para as demandas que tinham defendido até então e, portanto, devem retirar seu apoio a esse acordo".

Estamos do lado dos trabalhadores. Nós nos juntamos a eles na rejeição desse acordo.

Comunicado da Associação dos Trabalhadores e Povos do Caribe (ATPC) em solidariedade com a Mobilização dos Trabalhadores Haitianos

Comunicado da Associação dos Trabalhadores e Povos do Caribe (ATPC)
Lawond has Travayè é Pèp an Karayib'la
Asociación de los Trabajadores y los Pueblos del Caribe

Solidariedade com a Mobilização dos Trabalhadores! Abaixo a repressão!

A associação dos Trabalhadores e Povos do Caribe (ATPC) apoia os trabalhadores têxteis em sua luta por suas legítimas demandas, principalmente suas demandas por um aumento salarial e por um salário mínimo de 500 gourdes.

A ATPC denuncia e condena as intimidações organizadas pela polícia e patrões contra as manifestações dos trabalhadores; também denuncia e condena a repressão contra eles pela polícia.

Ativista e saudações fraternas
Robert Fabert, pela ATPC
Guadalupe – 19 de Dezembro de 2013

A Associação de Trabalhadores e Povos do Caribe condena a demissão de dezenas de trabalhadores nas Zonas Econômicas Especiais

Lawond has Travayè é Pèp an Karayib'la
Associação dos Trabalhadores e dos Povos do Caribe
Association of Workers and Peoples of the Caribbean
Asociación de los Trabajadores y los Pueblos del Caribe

Declaração

A Associação de Trabalhadores e Povos do Caribe condena a demissão de dezenas de trabalhadores nas Zonas Econômicas Especiais (EPZs) entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014.

Seu único crime foi reivindicar um salário mínimo de 500 gourdes – opondo-se ao vergonhoso "acordo” de 225 gourdes proposto pelo CSS (Conselho Superior de Salários) e assinado pelos líderes dos sindicatos.
A ATPC reafirma que essa repressão é parte integrante do esforço para negar todos os direitos à classe trabalhadora haitiana, e em particular para os trabalhadores das EPZ. Nessas zonas especiais, os sindicalistas são perseguidos enquanto os escassos direitos sociais consagrados no Código do Trabalho são violados e pisoteados diariamente.

A ATPC denuncia e condena a repressão que se seguiu à repressão já desencadeada contra os trabalhadores pela polícia em dezembro de 2013.

A ATPC apoia esses trabalhadores e exige sua reintegração.

A ATPC apela aos sindicatos e organizações dos trabalhadores e organizações dos direitos democráticos do Caribe e do continente seu apoio e solidariedade com os trabalhadores haitianos.
Abaixo a repressão!

Solidariedade com os trabalhadores demitidos!

Saudações fraternas

Robert Fabert, pela ATPC
Guadeloupe -- January 22, 2014