19 de mar. de 2014

A situação se deteriora no Haiti - do Boletim Travayè é Péyizan da Aliança dos Trabalhadores e Camponeses do Caribe

Abaixo pulicamos declarações da militante haitiana Kátia publicada no boletim “Travayè é Péyizan da Aliança dos Trabalhadores e Camponeses do Caribe que mostram bem que a situação no Haiti é bem diferente daquela pintada na imprensa. 

Depois de 10 anos de ocupação do país pelas tropas da Minustah, ela declara “o mês de janeiro não foi de repouso na vida política e social haitiana. O governo não conseguiu marcar uma data para a organização das eleições. Nesse sentido, sob a égide da Conferência Episcopal do Haiti, foi iniciado um diálogo com diversas organizações da sociedade civil e política. A grande maioria da população não está representada nesse pretenso diálogo. Historicamente, esse tipo de diálogo funciona sempre em detrimento do povo, nenhum dos partidos políticos signatários representa verdadeiramente os interesses do povo. A situação econômica e social da população não para de se deteriorar, os preços dos produtos de primeira necessidade atingem picos extraordinários, e nenhuma medida concreta é tomada pelas autoridades para melhorar a situação. Nossa posição não mudou: continuamos lutando pelo surgimento de um partido político que tenha raízes na classe popular, reunindo os trabalhadores, os camponeses e todos os setores desfavorecidos da população, para a tomada do poder e a transformação de sua vida.

Manifestação no Haiti

Sobre as tropas da ONU, Kathia declara "a luta pela retirada das tropas da Minustah segue sendo um combate permanente para o setor popular haitiano. Ao participar da segunda reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino americanos e Caribenhos (Celac), em Cuba, nos dias 28 e 29 de janeiro, o presidente Martelly exprimiu a sua intenção de levar até o fim o mandato da Minustah, declarando que gostaria de orientar as ações dos capacetes azuis (soldados da ONU – NdR) para o ‘desenvolvimento do país’. Sabemos que os capacetes azuis nunca tiveram a intenção de participar de qualquer forma de desenvolvimento. Sua instalação no país fez muito mal à população, em virtude de diferentes formas de violências físicas e sexuais que eles continuam a perpetrar, e pelo fato de terem introduzido no Haiti o vírus do cólera, que continua a fazer muitas vítimas. Depois da grande manifestação contra a Minustah realizada em 1o de junho de 2013, esperamos organizar novas ações para realizar uma outra manifestação neste ano.


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