CONFERENCIA CARIBENHA DE CAP HAITIEN (HAITI)
"PELA RETIRADA DAS TROPAS DE OCUPAÇÃO DA MINUSTAH"
Em 16, 17 e 18 de novembro aconteceu em Cap Haytien (Haiti) uma Conferência Caribenha para a restauração da soberania do povo haitiano livre da ocupação militar, que, sob cobertura da ONU (MINUSTAH), ocupa há oito anos o país, colocado sob a tutela de um "governo" de fato dirigido por um "pro-cônsul" americano, Bill Clinton, como parte da "missão" para a chamada "reconstrução do Haiti", da qual o povo haitiano não viu e não verá a cor, especialmente o milhão e meio de haitianos que ainda vivem em barracas dois anos após o terremoto que devastou uma grande parte da capital e várias outras cidades.
A escolha da data e local para esta conferência não foi um acaso. Foi em 18 de novembro de 1803, em Vertière, atual território do município de Cap Haitien, que o exército de escravos negros insurgentes impôs a derrota final às tropas francesas de Napoleão, vindas para restaurar a escravidão. Estabeleciam, assim, as bases da primeira república negra.
Reunidos por iniciativa da ATPC (Aliança dos Trabalhadores e dos Povos do Caribe), da CATH (Central Autônoma dos Trabalhadores do Haiti), com o apoio do Acordo Internacional dos Trabalhadores, duas semanas após ter acontecido em São Paulo (Brasil) um Ato Continental sobre o mesmo tema, delegados de vários estados, dirigentes de sindicatos, de associações
populares, estudantes e camponeses haitianos, bem como os delegados estrangeiros de Guadalupe, Martinica, Dominica, França, Estados Unidos, de Trinidad e Tobago... debateram durante estes dois dias e meio as consequências econômicas, sociais, sanitárias e políticas da ocupação.
Eles definiram coletivamente as próximas etapas da mobilização, que deve continuar crescendo até a retirada da Minustah e a recuperação pelo povo de sua plena soberania. Assumiram a resolução principal do Ato de São Paulo de chamar para 1º de junho próximo um dia internacional pela retirada da Minustah e pela soberania do povo haitiano.
Na sexta-feira, 18 de novembro, um feriado nacional no Haiti, os delegados levantaram uma faixa exigindo a saída da MINUSTAH no "Monumento aos Heróis", que celebra a vitória de Vertière, onde se pronunciaria o presidente fantoche Michel Martelli, eleito ao final de
eleições fraudulentas, completamente controladas pelas grandes potências imperialistas para justificar a perpetuação da ocupação.
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